domingo, 14 de abril de 2019

Os bastidores de 'Jezabel' a nova Novela da TV Record: Marrocos oferece turismo gastronômico, religioso e histórico

Da Redação
R7

Vista da Torre Hassan, em Rabat

A macrossérie Jezabel estreia na Record TV no próximo dia 23. As gravações da trama, escrita por Cristianne Fridman e com direção geral de Alexandre Avancini, se dividiram entre Paulínia, no interior de São Paulo, e Marrocos.
O país norte-africano encantou atores do elenco, como a protagonista Lidi Lisboa, Stefhany Brito (Raquel), Juan Alba (Obadias) e Leo Cidade (Levi), que não deixaram de publicar fotos nos cenários deslumbrantes em seus perfis no Instagram.
Com 34 milhões de habitantes e banhado pelo Mar Mediterrâneo e pelo Atlântico, o Marrocos tem uma história marcada pela resistência. Única nação do Norte da África a evitar a ocupação pelo Império Otomano, precisou lutar pela independência no século passado quando foi dividido em dois protetorados: um francês e outro espanhol. Desde 1956, quando se livrou da dominação europeia, é uma monarquia constitucional com um parlamento eleito e um dos destinos mais procurados na África. 
Mesquita Hassan II, em Casablanca

Mesquita Hassan II, em Casablanca

Jade Ignacio
O que saber antes de ir
Alem de checar a validade do passaporte, antes de ir é preciso se informar sobre saúde, segurança e transporte dentro do Marrocos.
No site do Ministério das Relações Exteriores, há atualizações sobre o país. Não há, hoje, necessidade de vacina, mas mesmo não sendo obrigatório, é bom ter um seguro de viagem para o caso de algo acontecer.
Transporte
Mariana Ignacio, jornalista do site Quero Viajar Mais, visitou o País em agosto de 2018, e indica pesquisar bastante antes ir para lá para não passar por situações ruins. E um dos pontos críticos é sobre o transporte.
Internamente, os voos são caóticos. Por via terrestre e ferroviária, a viagem flui melhor. Mas é preciso cuidado. "Fui orientada pelas buscas na internet a não utilizar o transporte público nas cidades. Embora os trens elétricos sejam modernos e existam em algumas cidades, como Casablanca e Rabat, é necessário entender que as orientações estão em francês e árabe e não há tantas informações nos locais em nível turístico. Ônibus são impossíveis. Não existe Uber por lá. Então é importante se hospedar em um local estratégico", explica.
Kasbah de Ouidais, na cidade de Rabat

Kasbah de Ouidais, na cidade de Rabat

Jade Ignacio
Se for de táxi, tome cuidado. "É bom pesquisar sempre sobre os possíveis golpes. Por exemplo, pergunte antes de pegar o táxi qual é o valor que ele cobra até o seu destino. Eles não têm taxímetro, então podem cobrar o valor que quiserem e é bom que você saiba o que é justo. Me cobraram $50 dirhams para cada uma das corridas. E tenha o dinheiro trocado para este tipo de serviço. Mas é preciso dizer que o trem de uma cidade a outra é muito bom e super em conta (25 euros a primeira classe)", explica Mariana.
Turismo histórico
A jornalista explica que o turismo é focado na cultura local. Em alguns lugares (como em Rabat) é possível perceber que não há uma estrutura para o turismo. Mas as hospedagens existem, principalmente dentro das medinas (mercados antigos e muralha da cidade), onde os riads (hospedagens tradicionais) atraem os visitantes. "Também dá para perceber quais são os locais mais visitados: grandes construções (kasbahs e mesquitas), curtumes (onde se curte o couro) e lugares em que se pode compreender a cultura local e adquirir parte desse cultura (azulejos, por exemplo)", lista Mariana.
Leo Cidade estreia na TV no elenco de Jezabel

Leo Cidade estreia na TV no elenco de Jezabel

Reprodução/Instagram
As cidades mais importantes e atraentes são Rabat, Marrakech, Casablanca, Fez, Ouarzazate e Tanger. O Marrocos caracteriza-se por ser um país montanhoso, mas também inclui desertos e um litoral que destaca-se pela beleza. "Só visitei o litoral (Rabat e Casablanca). Se tivesse a possibilidade, visitaria também o deserto (Fez e Marrakech). Na verdade, minha lista ideal seria: deserto, litoral e interior. Embora o interior montanhoso carregue muita cultura e entendimento do país, este não está tão preparado para receber turistas e isso pode ser perigoso para os visitantes estrangeiros", recomenda Mariana.
Gastronomia
Comer em um país com uma cultura completamente diferente sempre pode ser um desafio. Mas para quem está aberto a novas experiências, não chega ser um sacrifício experimentar a culinária típica e é possível encontrar muitos pratos deliciosos, fartos e baratos.
Foto de Monica Carvalho mostra o deserto

Foto de Monica Carvalho mostra o deserto

Reprodução/Instagram
"As opções eram variadas. É importante saber que eles usam muitos temperos (como canela no frango), então é importante estar aberto ao novo. Os pratos típicos são o tahine (um tipo de ensopado de carne e batatas) e o cuscuz (seco, com alguns legumes e carnes). Mas tem diversas opções e tem como se alimentar de maneira tranquila, inclusive com frutas e legumes. E tem vários mercadinhos também".
Bebidas alcoólicas são proibidas para muçulmanos, mas os turistas podem consumir em alguns locais. "Eles também tem um costume de tomar um aperitivo (não alcoólico) antes do alimento e é bem significativo: leite de cabra com mel", conta Mariana.
Andre Bankoff em povoado local

Andre Bankoff em povoado local

Reprodução/Instagram
Hospedagem
As melhores opções são aquelas melhor localizadas. Estar perto da medina, onde costuma ser o centro da cidade, te permite fazer os passeios a pé mesmo ou de táxi. "Assim, além de não precisar utilizar o transporte público um tanto confuso e inseguro, também dá para se localizar melhor em relação aos pontos turísticos, aconselha Mariana.
Outra questão importante, segundo ela, diz respeito aos casais: eles só poderão ficar no mesmo quarto provando serem casados, no papel. "Isso foi importante para nós, embora meus pais tenham o mesmo sobrenome sendo casados, não é o que sempre acontece. É uma questão local cultural", avisa.
Sthefany Brito aproveitou para fazer turismo

Sthefany Brito aproveitou para fazer turismo

Reprodução/Instagram
Idioma
As línguas oficiais de Marrocos são o árabe e o berbere. O grupo distintivo de dialetos árabes marroquinos é referido como darija. Aproximadamente 90% de toda a população pode se comunicar em algum grau em árabe marroquino.
O francês também é amplamente utilizado em instituições governamentais, mídia, grandes empresas, comércio internacional com países francófonos e, muitas vezes, na diplomacia internacional. A língua é ensinada como obrigatória em todas as escolas.
Em 2010, havia 10.366.000 francófonos em Marrocos, ou cerca de 32% da população. "Para quem fala francês é tranquilo. Nos viramos bem, embora ninguém da família fale francês. Aprender o básico é sempre bom e embora seja um povo com uma cultura diferente, fomos muito bem recebidos em todos os lugares. Aprendemos a perguntar o preço, falar o nome dos lugares que queríamos visitar (a alguns nós fomos de táxi), agradecer em árabe, essas coisas pequenas, mas que fazem com que as pessoas sejam simpáticas a você, porque está tentando conhecer aquele povo e aquela cultura", analisa Mariana.
Juliana Knust com um dromedário

Juliana Knust com um dromedário

Reprodução/Instagram
Religião
A cultura marroquina é uma mistura de árabes, berberes nativos, africano subsaariano e influências europeias, por conta de sua proximidade com a Espanha. A religião predominante é o islã. Mas, apesar disso, é considerado um dos países muçulmanos mais liberais do mundo.
Mariana Ignacio comenta que isso, no entanto, não pode ser interpretado como uma maneira de desprezar os costumes dos habitantes. "Não entre em mesquitas se não for muçulmano ou se for mulher. Apenas a Mesquita de Casablanca (Hassan II) é aberta para visitantes. Respeite os horários de culto e as crenças. É necessário entender a importância da religião para o país. Além disso, evite roupas que mostrem as pernas e sem mangas (dica válida para homens e mulheres)", adverte.
Ainda sobre as questões culturais e religiosas, ela ressalta que mulheres precisam ter um véu sempre à mão e deveriam evitar visitar o país sozinhas. "Usei o véu na maioria dos lugares. Mas quando você vê uma local não utilizando, significa que tem como tirar sem ofendê-los de alguma forma. Infelizmente, uma estrangeira viajar sem uma presença masculina atrairá olhares e tentativas de golpe. Evite esta situação."
Viagem permite experiências culturais

Viagem permite experiências culturais

Reprodução/Instagram
Negociações
O marroquino é um povo que preza pelos bons negócios. E por isso irá discutir o preço do que quer vender e até ser insistente. Mas isso não é unanimidade no país hoje em dia. Cidades mais populosas já contam com comerciantes menos invasivos. Mas alguns costumes continuam a existir. "Nas medinas, se você está vendo algum produto e diz que não vai levar, o vendedor abaixa o preço a fim de te fazer pensar sobre o assunto. Passei por isso, mas não rolou uma insistência dos vendedores. Fiquei sabendo que em Marrakech, por exemplo, isso é bem forte", conta Mariana.
"Mas é bom evitar olhar um produto que não tenha a intenção de comprar, porque é ofensivo sair de uma loja sem levar nada", revela.
Nas ruas, as pessoas oferecem serviços para os turistas. Não chega a ser um golpe, mas alguns querem fazer algo (como levar a mala) e depois te cobrar por este serviço. "Querem saber onde você vai para te levar até lá e te cobrar por isso também. O 'La Shukram' (não, obrigado) ajuda muito nesses casos. As pessoas não são ruins. Mas o país vive numa crise em que as pessoas precisam de dinheiro e não têm como conseguir", salienta.

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