Tex Willer, mais de 60 anos de aventuras

TEX WILLERO primeiro dos 4 pards, conhecido
como o "homem-revólver"

Criado em 1948, na Itália, por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini (sem a influência do estilo do cowboy americanizado), o personagem Tex logo alcança um enorme sucesso. Publicado no formato semelhante a um talão de cheques de hoje, com 32 páginas e com cerca de três a quadros por tira, Tex é um homem rude inserido no ambiente selvagem do oeste americano.
Na primeira aventura publicada, O Totem Misterioso (TXC-001), Tex aparece como um fora-da-lei de astúcia e pontaria infalível, mas aos poucos o personagem demonstra que age seguindo um ideal de justiça e passa a ser chamado de "o justiceiro solitário" e de "o melhor atirador do oeste" (veja ao lado imagem de Tex extraída da capa de TEX-364, sobre a qual foi aplicado um efeito especial no editor de imagens pelo colaborador Geraldo G.Carsan).
Pela sua bravura, coragem e determinação obstinada na luta contra as injustiças, não demorou muito e Tex foi chamado para adentrar nas fileiras dos rangers do Texas, a convite do próprio comandante das tropas de Austin, Mr. Herbert Marshall. Isso aconteceu em TEX COLEÇÃO 002, pg.57, ocasião em que Tex conhece KIT CARSON, que já era ranger e que viria a ser mais tarde o seu fiel companheiro de aventuras (esta história foi repetida em Tex Edição Histórica 001). 
Arte de Villa, extraída da capa de TEX-337 Entretanto, mesmo transformado em defensor da lei, Tex prossegue com seus métodos investigativos e não hesita um só instante a recorrer a recursos extremos para fazer triunfar a verdade e fazer cair a máscara de quem quer que seja. Essas suas características fizeram sua fama correr ainda mais longe, sendo requisitado sempre para as missões e casos mais difíceis.
Certa feita, capturado e preso ao poste dos martírios, Tex é salvo da morte pela índia Lilyth, ou Lírio Branco (TXC-012), que viria a se tornar sua esposa e, na verdade, a única mulher a quem o ranger realmente amou. Dessa união, nasceu uma criança, chamada entre os índios de Pequeno Falcão (Kit Willer). Graças a esse pacto de sangue, Tex tornou-se anos mais tarde Chefe dos Navajos (TXC-023), pois Lilyth era a filha de Flecha Vermelha, o grande chefe de todas as tribos navajos.
Arte de Villa, extraída da capa de TEX-327Conhecido pelos índios como Águia da Noite, Tex é o representante sincero que os índios podem contar sempre, quer seja no trato com os "casacas-azuis", com os órgãos governamentais ou para ajudar a dissipar qualquer ameaça à paz. Empossado agente indígena dos navajos do Arizona, as ações de Tex beneficiam também todas as tribos indígenas norte-americanas. Em muitas ocasiões o vemos deslocando-se aos mais remotos confins dos Estados Unidos sempre firme na luta contra os exploradores que aproveitam-se dos indígenas, quer para apossar-se de suas terras, quer para traficar armas ou álcool.
Amante da vida livre na pradaria, sempre que pode Tex recusa a oportunidade de viajar nos trens do velho oeste para estar na sela de seu cavalo. Muitos "amigos de quatro patas" já foram selados por Tex, porém nenhum deles igualou-se àquele que respondia pelo nome de Dinamite, o companheiro fiel desde o tempo das aventuras como fora-da-lei. Aliás, Dinamite sempre deu mostras de ter "tutano", como Tex gostava de dizer, chegando até mesmo a salvar a vida de seu dono em algumas situações.
Representado nos quadrinhos com olhos e cabelos escuros, Tex ganhou inúmeros amigos em suas aventuras, dentre os quais há três que merecem um destaque especial: Kit Carson, o velho pessimista e resmungão que é conhecido entre os índios como Cabelos de Prata, amigo que Tex conheceu quando entrou para as fileiras dos rangers (TXC-002); Jack Tigre, o pard índio que "fala pouco, mas age muito", como Tex mesmo dele dissera certa vez; e Kit Willer, o próprio filho de Tex com Lilyth, que depois de crescido, passou a participar da maioria das aventuras.
Mas se é verdade que os amigos de Tex são muitos, também é verdade que seus inimigos multiplicaram-se a olhos vistos. Considerado pelos malfeitores, bandidos e renegados como um verdadeiro "tição do inferno", como "veneno puro", Tex é capaz de colocar a própria vida em risco e enfrentar quem quer que seja para defender os justos que cruzam por seu caminho.
Distintivo dos Rangers do Texas
Graças à experiência de vida adquirida no velho oeste desde os tempos em que era cowboy num rancho próximo a fronteira (TEX-023), Tex adquiriu um admirável senso de otimismo, o que o leva a enfrentar qualquer situação com a expressão dura e com a certeza de que o bem triunfará sempre às forças do mal em qualquer circunstância, em qualquer lugar. Essa é a receita que faz de Tex, mais de cinqüenta anos depois de seu lançamento, um mocinho invejado por todos nós, uma marca de sucesso absoluto, do qual sempre buscamos novas e interessantes aventuras.
Quanto à idade de Tex, em TEX- 265 - Fuga de Alcatraz, enquanto vestem os uniformes de guardas nesta aventura, Tex e Carson são indagados sobre qual idade deve constar nos documentos falsos que serão preparados pelo funcionário de Sam Brennan. Tex revela então que sua idade é 40 anos e a de Carson é 56. Carson, por sua vez, resmunga dizendo que sua idade é 55. E ainda diz algo mais ou menos assim: " Que foi? quer saber mais que eu?"





 



O MUNDO DE TEXAqui você vai conhecer melhor
o mundo do personagem Tex


O oeste é uma palavra dura que nos lembra sombras vermelhas, trilhas selvagens e vento de terras distantes. Um mundo de horizontes certamente ilimitados, percorridos por cavaleiros rudes e livres, onde os desertos, as pradarias, as montanhas... a natureza enfim, são protagonistas. Pensar no oeste alarga a respiração e o olhar, faz-nos saborear ares de liberdade.
Tex fascina logo no primeiro contato por ser um personagem com caráter humanitário que, embora vivendo num ambiente hostil e selvagem, sempre luta para fazer triunfar a justiça.
Nesses mais de 50 anos de vida editorial, Tex já participou de centenas de aventuras, locadas em vários países e num sem número de povoados e vilarejos espalhados desde o Alasca até o território da Bolívia; já enfrentou índios, traficantes, militares, políticos influentes, assaltantes e até mesmo mágicos, feiticeiros poderosos e extraterrestres, sempre com o bang-bang como pano de fundo. Não raro o vemos utilizar métodos violentos para fazer valer a verdade, mas dado tipo de vida dura que levava-se no oeste, isso até chega a ser compreensível, embora não de todo aceitável.
Podemos afirmar que o mundo de Tex é dinâmico, com personagens que lutam para firmar-se em seu contexto histórico, a segunda metade do século XIX, um período fortemente marcado pelo conflito entre colonizadores e colonizados, cercados de todo tipo de aproveitadores dispostos a matar por qualquer ofensa ou ninharia.
Certamente o mundo de Tex ultrapassa todas as expectativas que um leitor principiante possa imaginar. E mesmo entre aqueles que já conhecem o personagem de longa data, a idéia do conjunto da obra passa às vezes desapercebida, uma vez que são muitas as aventuras e tantos os lugares e personagens que é quase impossível recordar-se de todos os episódios.
Quem conhece, garante: o mundo de Tex é muito mais que admirável... é muito mais que ação... é muito mais que suspense... é simplesmente fantástico!

 
ÉPOCA HISTÓRICAEntender o contexto onde Tex
atua é fundamental

Selo de Tex

Tex vive suas histórias na segunda metade do século dezenove. Sua base de ação é a reserva dos navajos situada no Arizona, de onde parte para as aventuras nos lugares mais remotos dos Estados Unidos, Canadá e México. Mas nosso ranger também já esteve na Colômbia (onde mais tarde foi aberto o canal do Panamá), possivelmente na Argentina (TEX-008), na Bolívia e também na Oceania.
São muitas as aventuras vividas pelo ranger e seus pards, mas a época histórica é a mesma, respeitando-se naturalmente as características e particularidades de cada país em que Tex precisa atuar. Abaixo você saberá mais, suscintamente, como era a época histórica de cada país palco da maioria das ações de Tex.
O ambiente nos Estados Unidos
O povoamento dos Estados Unidos deu-se do leste para oeste. Isso significava dizer que quanto mais a colonização seguia rumo a oeste, mais embrenhava-se num continente inóspito, selvagem, violento e temido por todos, um continente conhecido como terra de ninguém.
Em tempo: terra de ninguém de cor branca, pois os peles-vermelhas já reinavam soberanos nas planícies e montanhas do território. Para complicar, a falta de bom senso de muitos brancos no trato com os índios fez os mesmos sentirem-se ameaçados com a presença dos "wasichu". Esse motivo fez tribos inteiras irromperem contra colonos isolados e mesmo contra povoações inteiras, dizimando todos que encontravam pela frente.
Além disso, sempre que um grupo de colonos organizava uma caravana disposto a conquistar e colonizar uma parte ainda selvagem do território, formando povoações e vilarejos, logo apareciam a costumeira corja de inescrupulosos exploradores, facínoras e ladrões de toda a espécie, prontos a saquear, pilhar e matar quem quer que fosse por quaisquer míseros trocados, quase sempre abusando da boa-fé dos colonos. Todos esses ingredientes (somados ainda a muitos outros) faziam do oeste um verdadeiro barril de pólvora pronto a explodir a qualquer momento, um território realmente bravio e extremamente violento.
Para ajudar a situação da época histórica de Tex, a aquisição da Flórida em 1819, a anexação do Texas, do Novo México e da Califórnia - depois de uma guerra com o México (1846-1848) deixaram feridas não cicatrizadas e um clima extremamente tenso em toda a zona fronteiriça.
Mas o que já não estava bom ficaria ainda pior: com a deflagração da secessão pelos 11 Estados do Sul, inicia-se então a longa e dura Guerra da Secessão (1861-1865), da qual Tex participou lutando pelo lado dos nortistas, que eram notadamente anti-escravagistas (TEX-053, TEX-054 e TEX-055).
Mas e qual país realmente mandava como soberano no mundo na época de Tex? Saiba mais
O Alaska - Muitas aventuras de Águia da Noite passam-se no distante Alaska, uma região de clima rigoroso, especialmente na bacia do Yukón. Na época de Tex, a segunda metade do século, o Alaska já pertencia aos EUA, que o compraram dos russos no ano de 1867 pela quantia de 7.200.000 dólares. A principal atividade nessa região é o comércio de peles, a exploração florestal (coníferas) e também a pesca (salmão e crustáceos).
Nos últimos trinta anos do século XIX os Estados Unidos da América de Tex Willer, Kit Carson, Kit Willer e Jack Tigre entraram numa era dourada: experimentaram um rápido crescimento demográfico; a economia foi inteiramente recuperada - quadruplicando o produto nacional bruto entre 1870 e 1906 e tornando o país a maior potência econômica do mundo. É nesse período que se passam a maioria das aventuras de Tex.
O ambiente no México
O México retratado nas páginas de Tex revela um país frágil com uma população miserável e analfabeta. A igualdade civil era um mito distante e o regime de governo uma verdadeira comédia. A anexação do Texas aos EUA (1836-1845) foi seguida por uma guerra (1846-1848) que ao final custou ao México o território da Alta Califórnia e ainda o Novo México (1848), fatores que por muito tempo ainda gerariam confrontos graves e incidentes militares entre os dois países, principalmente nas zonas da fronteira (convém lembrar que o rancho da família de Tex estava localizado bem próximo da fronteira com o México - TEX-023).
Depois de badaladas tentativas de fundar no México um império católico (1862-1863), do qual era titular nominal o arquiduque Maximiliano (1864), a França, que estava por trás da história, acabou por abandonar Maximiliano, que foi barbaramente executado pelas tropas de Benito Juárez (1867), o qual aproveitou o poder para banhar completamente a oposição em sangue (esse confronto histórico já serviu pano de fundo para muitas histórias de Tex).
O sucessor de Juárez, Sebastián Lerdo (1872-1876) acentuou a política anti-clerical a ponto de provocar levantes entre os camponeses, provavelmente a época em que Tex conhece e ajuda Montales, "el desperado" (TXC-006). A guerra civil, entretanto, foi evitada pela ascensão de um mestiço, o general Porfírio Diaz que - salvo entre 1880 e 1884 - seria o presidente da república de 1876 a 1911.
O ambiente no Canadá
O Canadá é um território marcado por invasões e insurreições na época de Tex. Conhecido inicialmente como Nova França, uma vez que as terras pertenciam à coroa francesa, mais tarde o Canadá passou ao domínio britânico, sendo sempre motivo de discórdia para ingleses, franceses e mesmo americanos.
As florestas cobrem um terço do território canadense e desse número, a maioria dos espécimes são de coníferas. E são justamente essas florestas o pano de fundo para muitas das aventuras de Tex, destacando-se aquela em que Tex conhece um de seus grandes amigos, o mestiço Gros-Jean (TXC-017).
O Alto e o Baixo Canadá já estavam unificados e a política e a economia eram dominadas por oligarquias rurais e mercantis. O clima sempre foi de muita tensão, mesmo depois da assinatura do Ato de União (1840), que criou o Canadá Unido. Com exceção de uma minoria autóctone (índios e esquimós), a população é de origem européia, marcada pelo dualismo das línguas inglesa (que é predominante) e francesa, esta última adotada como oficial em 1848. A partir daí, o Canadá experimentou um período de grande prosperidade (1848-1860).
Uma federação entre as duas comunidades passou a impor-se como solução para o futuro e a Confederação do Canadá foi criada então em 20 de março de 1867, unindo então o Alto e o Baixo Canadá, o Novo Brunswick e a Nova Escócia.

RAIO DE AÇÃOO ambiente real onde as
aventuras acontecem


Tex vem ganhando novos leitores a cada ano porque é um personagem sério e justo, bem situado em seu contexto histórico e geográfico. O raio de ação das aventuras do ranger tem como ponto inicial a reserva navajo no Arizona, partindo daí para todos os recantos dos Estados Unidos, Canadá, México e até mesmo Oceania, possivelmente Argentina, Bolívia e Colômbia.
Não importa o país, o clima ou outras adversidades, as histórias são sempre recheadas de bang-bang e locadas nas pradarias, nos desertos, nas montanhas, nos pântanos, no gelo do Alaska, nos templos dos antigos astecas, no subterrâneo de alguma mina ou caverna natural e até mesmo nos céus... E é essa enorme variedade de palcos a razão do sucesso de Tex.
Por estar inserido num ambiente completamente hostil onde a lei do mais forte impera quer seja na poeira do velho oeste, ou mesmo no progresso das grandes cidades que o ranger visita (como San Francisco, Nova York, Washington, Nova Orleans) Tex é também um personagem que também recorre a meios extremos quando este é o único expediente possível para fazer triunfar a justiça.
Outro aspecto que reforça todas as atuações do ranger é que as histórias sempre vêm inseridas num ambiente geográfico preciso, com localizações exatas de cidades, ferrovias, relevos e acidentes geográficos. Um leitor que pegue um atlas geográfico da época de Tex verá que as referências geográficas citadas em toda a obra existiram realmente.
Para se ter uma idéia, quando Tex parte de uma cidade a outra e o percurso dura três dias a cavalo, essa informação também é correta, pois G.L. Bonelli, criador e roteirista do personagem, um profundo conhecedor de geografia, ao escrever os roteiros sempre traça as viagens dos pards com base na distância, acidentes geográficos e obstáculos encontrados no caminho, técnica também utilizada atualmente pelo argumentista Claudio Nizzi nos roteiros mais recentes.

AS ARMASEquipamento obrigatório nas
aventuras de Tex



Arma utilizada por Tex na Guerra da Secessão

Tex possui dois revólveres Colt calibre 45 em seu cinturão, os quais são utilizados bem à moda dos pistoleiros, bem abaixo da cintura, à altura das mãos, armas que já o salvaram da morte centenas de vezes. Conhecido em suas primeiras aventuras como o gatilho mais rápido do oeste, como o homem-revólver, Tex é comparado a um raio na hora de sacar o revólver, dada a sua rapidez e infalível pontaria. Veja o modelo do colt 45 atualmente utilizado por Tex na capa de TEX-253, habilmente desenhada pelo inesquecível Galep.
Tex também utiliza um rifle Winchester, este com alcance mais longo do que seus tradicionais colts, utilizado sempre que precisa de um poder de fogo maior que o dos revólveres. Entretanto, quando não está em uso, o winchester está sempre guardado na sela do seu cavalo, pronto para sair dali a qualquer momento. Saiba mais
Nas circunstâncias em que os revólveres e o rifle são ineficazes para fazer o bem e a justiça triunfar, ainda assim Tex não desiste e não hesita em recorrer a outros meios, mesmo que rudes, entre os quais podemos destacar o uso da dinamite, quer seja para explodir um saloon, covil de facínoras e malfeitores, ou para explodir rochas estourando um lago natural para dar uma dura lição nos casacas-azuis (TEX-271).
Tex tem também um punhal que já o salvou de muitas encrencas, entre as quais poderíamos destacar a edição TEX-340, onde Tex arranca sua lâmina e perigosa e corajosamente pula n'água para lutar ferozmente com uma enorme jibóia.
Detalhe importante
Arte de Villa, extraída da capa de TEX-314A razão pela qual Tex sempre atira mais rápido que seus adversários é que, além de conhecer todos os truques utilizados pelos pistoleiros (ensinados pelo amigo Gunny Bill - TEX-023), Tex saca seus revólveres sempre de baixo para cima, atirando "de alçada", em movimento ascencional, isto é, sacando, fazendo mira e atirando, o que lhe dá sempre frações de segundos vitais de vantagem em qualquer confronto ou tiroteio (ver TXC-021, pg.35).
Outras armas
Há ainda outras armas que aparecem alternadamente nas histórias, como por exemplo as flechas, certeiras e mortais, quando empunhadas por guerreiros indígenas bem treinados e com boa pontaria, arma que o próprio Tex recorre algumas vezes para fazer triunfar a justiça, como por exemplo na aventura A Mão Vermelha, onde Tex faz um facínora "cantar" informações importantes sob ameaça de um arco e flecha (TXC-001 e TEX-135); lanças, lembrando as flechas, mas de maior comprimento e atiradas a mão; funda, arma rústica que acionada por mão experientes lançam pedras que golpeiam quase tão mortalmente quanto tiros de revólver (TXC-018, pg.87); canhões, armas de grande poder de fogo utilizadas pelo exército. Nas aventuras de Tex geralmente os vemos nos fortes militares ou em algumas incursões de campo, quando os comandantes de altas patentes estão em exercícios militares ou mesmo em guerra; metralhadoras, armas extremamente potentes que aparecem em algumas aventuras de Tex, mas que nosso personagem utiliza muito raramente; arcabuzes, rifles utilizados pelos conquistadores espanhóis com menor poder de fogo que os rifles winchesters (TEX-036); granadas, armas geralmente disponíveis nos fortes, como vemos em TXC-004, no ataque a Forte Wellington; espadas, também chamadas de sabres, armas também mortais, geralmente empunhadas por soldados quando em confronto corporal com o inimigo (TXC-018, pg.71) ou por descendentes dos espanhóis conquistadores, como na aventura a Fabulosa Cidade de Ouro (TEX-036); tomahawks, as famosas machadinhas indígenas, confeccionadas com pedras lascadas ou inteiras ou ainda com ossos de animais; a zarabatana, espécie de longo canudo que, soprado com força, lança um dardo também certeiro que pode levar rapidamente à morte, principalmente se estiver envenenado (ver TXC-064); o fogo, uma arma mortal na pradaria quando se quer encurralar e matar alguém, artifício várias vezes utilizado contra Tex e em outras utilizado por este mesmo para sair de alguma enrascada (ver TXC-004).
Nas mãos dos oponentes, tudo é capaz de virar arma contra Tex, desde abutres ensandecidos prontos a dilacerar nosso herói amarrado ao chão no alto de um abismo (TXC-011) ou mesmo uma garrafa quebrada num saloon (TXC-007), sem falar de outros incontáveis objetos, como cadeiras, mesas, barris, pedras, poeira...

MÍSTICO E SOBRENATURALUm tema de tirar o fôlego que
volta e meia retorna com força total

Mesmo o tema central das aventuras de Tex sendo o faroeste, o bang-bang, o místico e o sobrenatural é um assunto que já tirou o sono de Tex e seus pards por muitas e muitas vezes. Em algumas ocasiões, os adversários não passavam de charlatães deslavados que aproveitavam-se da ignorância de índios ou de camponeses humildes.
Entretanto, em outras aventuras, o sobrenatural assumiu facetas de sangue e morte, diante de poderes assombrosos e ocultos das forças dos recantos das sombras. As manifestações menores do sobrenatural passam por feiticeiros indígenas que, interrogando a Manitu e aos espíritos dos ares, sol e lua prevêm acontecimentos e recebem presságios de morte, grandes secas ou chuvas em abundância.
Mas o tema sobrenatural adquire seu maior destaque naquelas aventuras onde Tex enfrenta seu arqui-inimigo Mefisto, o gênio do mal e pai do igualmente poderoso Yama, o filho de Steve Dickart. Merece destaque também os poderes manipulados pelos sábios do vodu, seita que apela para a magia negra, quer para fazer um "wanga" de Tex para que esse sofresse danos e dores mesmo à distância (

 
YAMA
Yama, por Galep
Yama é o filho de Mefisto. Ele aprendeu todos os truques do pai que, por fim passou uma missão para seu filho: vingar-se de Tex. Sua primeira aparição foi em (.

A segunda aventura de Yama contra Tex chama-se

A terceira aventura de Yama segue o caminho das anteriores:
TEX-172); ou para misteriosamente levantar das tumbas os zumbis, os mortos-vivos (TEX-358)Fora-da-Lei, com seu nome real de Steve Dickart. Nesta aventura Tex conhece também Montales, que viria a ser um grande amigo. Mefisto nesta aventura é um espião a serviço do México que se esconde atrás do disfarce de um profissional das mágicas e do ilusionismo, TXC-005)A Ponte Trágica temos o retorno de Mefisto, já mostrando-se um pouco mais que um simples mágico e disposto a vingar-se das humilhações sofridas na prisão depois de ter sido capturado e desmascarado pelo ranger Tex. Com grande audácia (e com a ajuda dos índios hualpais) Mefisto consegue capturar Carson e Kit Willer, subjugando-os à sua vontade e fazendo com que os mesmos tornem-se assaltantes a seu serviço. Mas a vingança de Mefisto tem que ser adiada: Jack Tigre tem um papel importante na trama e possibilita um desfecho surpreendente, para não dizer obscuro!! (TEX-048 e TEX-049) Pesadelo!, o principal personagem da história é Padma, de quem muito pouco se fala pelos colecionadores na saga texiana. Foi Padma quem ensinou ao então charlatão em mágicas Mefisto os autênticos mistérios do sobrenatural, a lidar com a mente humana, a mexer com feitiçarias e poderes ocultos, enfim, dando a Mefisto o caminho para que desenvolvesse os poderes que o levariam a ser o poderoso e cruel arqui-inimigo dos pards. Agora ele captura Carson, Kit Willer e também Jack Tigre, este último responsável por seu fracasso na história A Ponte Trágica. Tex corajosamente consegue salvar seus companheiros, mas não sem antes suar um bocado, e é o próprio Padma, tendo visto no que o seu pupilo transformara-se, que faz com que o endiabrado Mefisto perca a razão e enlouqueça! (TEX-077 e TEX-078) Terror na Selva, G.L.Bonelli introduz personagens cativantes e ao mesmo tempo perigosos: no manicômio Mefisto alia-se ao Barão de Samedi, um louco com idéias iguais ou ainda mais malucas que o próprio Mefisto. Ambos fogem do hospício e começam a trabalhar juntos, montando uma verdadeira fortaleza na mata, um fantástico castelo de onde Mefisto, cego de ódio, consegue arquitetar sua vingança contra os pards. Na mata, já sendo um mestre em magia negra, alia-se aos negros do vodu, onde sobressai a personagem de Loa (mulher que mais tarde terá um papel importantíssimo no retorno de Mefisto escrito por Nizzi e desenhado por Villa!). Mas as coisas correm mal para Mefisto e o Barão Samedi: embora Tex só tendo contato com Mefisto através das visões maquiavélicas deste, consegue organizar um contra-ataque e, com a ajuda do exército, consegue sepultar definitivamente tanto Mefisto quanto o Barão nos subterrâneos do castelo. (TEX-083 e TEX-084)  MINISSÉRIE TEX - O Retorno de Mefisto 1/2O Filho de Mefisto", "O Retorno de Yama" e "A Sombra de Mefisto". Embora Mefisto estivesse morto nos subterrâneos do castelo, ele guia do mundo das sombras os passos do filho Yama para que este possa levar a cabo sua vingança, mas nas três aventuras deste personagem, também não logrou êxito, como o pai.O Retorno de Mefisto, história escrita por Nizzi e desenhada por Villa, na qual Mefisto volta a atormentar o ranger Tex e seus pards. Esta aventura no Brasil foi escolhida para ser a primeira minissérie do ranger, com tratamento gráfico especial, como nosso herói merece! (Minissérie 1/2) Os Filhos do Sol. Mais experiente, Yama busca a vingança não só de seu pai, mas também a sua própria. Com novos aliados entre os astecas e com a ajuda de um amigo chamado Aryman, Yama comanda à distância um espetáculo de terror contra Tex e os pards, jogando contra os 4 amigos seus aliados dispostos a tudo para cumprirem o desejo do mago filho de Mefisto. Mas, no final da trama, vencido outra vez o mal pelo bem, Yama desaparece numa bola de fogo, deixando os os fãs sem entenderem o que exatamente aconteceu, porém, preparando o terreno para uma nova aventura (TEX-171, TEX-172, TEX-173 e TEX-174).

Grande parte do sucesso de Yama deve-se ao seu famoso pai,  que inaugurou o gênero de histórias de terror e magia, abrindo espaço para que seu filho tomasse seu lugar anos depois. O sucesso de Mefisto é tanto que Gianluigi Bonelli sempre o fez presente nas tramas com Yama e mais ainda comprova-se isto pelo triunfal retorno de Mefisto escrito por Claudio Nizzi e que teve desenhos espetaculares de Villa.




O assustador Mefisto, em desenho de Galep
Em mais de 50 anos de aventuras, Mefisto é, sem sombra de dúvida, o personagem que mais deu trabalho para Tex e os pards. Pode ser considerado como o arqui-inimigo de Tex.
Mefisto apareceu originalmente na história com meros poderes de hipnose, o que lhe possibilida circular com sua irmã Lily Dickart de cidade em cidade com suas apresentações, que são na verdade uma fachada para coletar informações mediante espionagem do exército americano, a fim de repassá-las ao exército mexicano. (
O início de tudo
Na história

Na aventura

Na aventura
As aventuras em que Mefisto aparece possuem uma atmosfera sombria e diferente, onde são mostrados os poderes dos mundos das sombras. Criticado por uns, amado por outros tantos fãs, esse gênero sempre despertou muito interesse na comunidade texiana. Um parêntesis é necessário aqui para citar as tramas de Yama, nas aventuras "
A volta dos Dickart (Lily e Mefisto) dá-se com chave de ouro na aventura

 O Filho de Mefisto, história na qual Mefisto, nos seus ultimos minutos de vida no calabouço do castelo, incumbe o filho a vingar o pai, matando Tex e os pards. Yama não tem a mesma Carisma de Mefisto, como poderiamos dizer. Mas esta aventura tem muito suspense e terror. Yama possui as mesmas características de Mefisto porém seus poderes são ligeiramente inferiores, o que acabou sempre ajudando de alguma forma o trabalho dos rangers TEX-101, TEX-102 e TEX 103) A Volta de Yama, uma continuação do ponto onde terminou a história de TEX-103. Tex e seus amigos caem com muita facilidade nas armadilhas de Yama e só são salvos por ironia do destino, ocasião em que uma carta coloca tudo a perder para Yama. Mas a trama em si é consistente e atraente e nos remete até a mesma aura das aventuras de Mefisto (TEX-113 e TEX-114).
FICÇÃO CIENTÍFICAQuando o possível toma forma
real e chega a assustar!

Há duas aventuras espetaculares na saga texiana onde foi abordado o tema ficção com maestria: a história "O Vale da Lua", onde um ser extraterrestre aterroriza uma mina com sons estranhos, com sua pistola prá lá de diferente e com sua faceta no mínimo lunática. Envolta numa atmosfera diferente de medo e mistério, essa curta aventura mostrou a Tex que o possível pode tornar-se realidade num piscar de olhos (TEX-017).
Já na aventura "Um Mundo Perdido", Tex e seus três pards organizam uma expedição para esclarecer o mistério do Monte Rainer, onde encontram estranhos seres de pele escamada e uma máquina gigantesca coberta de gelo que viera de outro planeta... (TEX-188 e TEX-189).
A aventura que mais tarde virou o único filme de Tex já gravado para o cinema (TEX-040, TEX-041 e TEX-042) também aborda um tema de ficção. Na Caverna do Vale dos Gigantes está o homem que extrai as minúsculas pedrinhas verdes que em contato com a pele humana matam, enrijecem e petrificam na hora o corpo de quem as toca.
Na história "A Ameaça do Espaço" (TEX-333, TEX-334 e TEX-335), um estranho objeto parecido com uma estrela cadente cai nos montes Saguaro e uma radiação fosforecente infecta a água de um poço no deserto com estranhos e poderosos microorganismos. Quem bebesse daquela água era aos poucos contaminado e passava a ter os olhos também fosforecentes, que emitiiam um brilho sinistro no escuro; adquiriam a capacidade de infectar outras pessoas numa simples bafejada com gases mortais; ficavam imunes a tiros de revólver, como se fossem mortos-vivos; e necessitavam sugar o líquido do corpo de outros seres vivos, deixando-as com o corpo completamente ressequido.