quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SERGIO TOPPI faleceu hoje em Milão, aos 79 anos

SERGIO TOPPI

(Milão, 11 de Outubro de 1932 – Milão, 21 de Agosto de 2012)
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Sergio Toppi homenageado por Bira Dantas





Por Bira Dantas, José Carlos Francisco e Júlio Schneider

Hoje, dia 21 de Agosto de 2012,  faleceu Sergio Toppi, brilhante autor de narrativas gráficas e um dos mais conceituados e apreciados autores da banda desenhada italiana.

Dorival Vitor Lopes e Sergio Toppi no 3ºFIQ - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte em Setembro de 2003
Sergio Toppi (na foto acima ao lado do editor Dorival Vitor Lopes por ocasião do 3ºFIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, em Setembro de 2003) que em Outubro faria 80 anos deixa um vazio enorme no mundo da banda desenhada e da própria cultura tanto na Itália como no resto do mundo. Refinado e elegante Sergio Toppi trabalhou com grandes editoras, inclusive a própria Sergio Bonelli Editore ao serviço da criminóloga Júlia Kendall, do agente Nick Raider da Esquadra de Homicídios de Nova York, do arqueólogo e investigador do impossível, Martin Mystère e ainda de Dylan Dog o detective do pesadelo (é de sua autoria a capa do terceiro Dylan Dog Color Fest, de 2009), criando inúmeras obras históricas e religiosas, não deixando também de homenagear o nosso Tex como se pode ver de seguida:
Tex desenhado por Sergio Toppi
Júlio Schneider relembrou assim o amigo: Sergio Toppi era uma pessoa fantástica. Eu o conheci em 2003, no FIQ-BH, quando ele veio recomendado por Sergio Bonelli (“Cuide bem do velhinho aí no Brasil”). Quando cheguei ao hotel, eu estava ansioso por conhecê-lo, e tive que me conter para não bater à porta do seu quarto, ansioso para apertar a sua mão. Acho que ele não ia gostar muito de receber alguém à meia-noite! Nós nos encontramos pela manhã, no café, quando tive a honra de me ver diante de um verdadeiro cavalheiro, simpático e humilde como só os grandes sabem ser. Ver os dois Sergios conversando era algo indescritível: apesar de há décadas serem amigos de trabalho e da vida, e terem a mesma idade, Bonelli e Toppi só se tratavam por “senhor”, numa espécie de reverência mútua.
poucos anos a vida reservou-me uma bela coincidência: Ivan, um amigo italiano que morava em Curitiba, resolveu voltar à sua Milão e, tempos depois, conheceu uma bela ragazza e casou-se. Num jantar em família ele foi apresentado ao tio da jovem: Toppi, ao saber que o novo sobrinho adorava BD e havia morado por aqui, perguntou-lhe se por acaso havia conhecido o Júlio! É mesmo verdade que o mundo é pequeno. No Natal Sergio Toppi presenteou-me um livro seu acompanhado de um cartão de Boas Festas desenhado de próprio punho. Um pequeno regalo que, de forma inesperada, agora ganhou um valor sentimental diferente.





Júlio Schneider e Sergio Toppi no 3ºFIQ - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte em Setembro de 2003





Só para se ter uma ideia da grandeza de Sergio Toppi, eis o que Sergio Bonelli disse, durante a apresentação de trabalhos do artista numa galeria milanesa, há algum tempo:
Ele me garante uma espécie de passaporte internacional. Como sou um perfeito desconhecido – graças a Deus – fora do meu pequeno mundo dos fumetti, quando eu me apresento em alguma mostra dedicada aos comics (em Nova York, Buenos Aires, Barcelona ou Angoulême), basta-me uma simples declaração para suscitar o interesse e a estima dos interlocutores: “Meu nome é Sergio Bonelli, eu publico quadradinhos na Itália e sou o editor de Sergio Toppi”.

Autores, Óbitos por José Carlos Francisco

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